segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Analista de Negócios


Quem é o Analista de Negócios?



•O AN é o profissional responsável pela análise de negócios. A análise de negócios é “o conjunto de tarefas, conhecimentos e técnicas requeridas para a identificação das necessidades do negócio e para determinar as soluções para os problemas do negócio. Soluções incluem o desenvolvimento de sistemas de informação, mas também podem consistir em melhorias dos processos de negócios ou mudanças organizacionais”.


•O principal problema está no trecho que diz que o AN também seria responsável por “determinar as soluções”. Vimos que o AN participa da equipe que cuidará do desenho e implementação da solução, mas não determina nada. Não sozinho.





“O Analista de Negócios funciona como uma ligação para levantar, analisar, comunicar e validar requisitos de mudanças em processos de negócios, políticas ou sistemas de informação. O AN entende os problemas do negócio e as oportunidades no contexto dos requisitos e recomenda soluções que possibilitam que a organização alcance seus objetivos”.


•Agora ficou mais claro que o AN “recomenda soluções”, não as determina e que aqui definiremos que AN deve ser uma função (cargo).





A Formação de um Analista de Negócios


Podemos dizer que a formação de um AN é um sub-conjunto ou sub-produto da formação de um analista de sistemas. Existem dois problemas que se tornaram mais nítidos nos últimos tempos: a ênfase no desenho e documentação da solução e a mistura com disciplinas de implementação, como a modelagem de bancos de dados e até mesmo programação. Pouco esforço e tempo são destacados para a análise do problema e para os dois principais conjuntos de disciplinas que definem o conhecimento de um AN: Engenharia de Requisitos e Modelagem de Negócios.



“O AN é posicionado como um profissional que se limita a coletar, traduzir e comunicar necessidades, mas sabemos que o AN pode e deve assumir mais responsabilidades.”




Passivo ou Pró-Ativo?


Quando destacado para ouvir as organizações, documentar suas necessidades e traduzi-las para uma equipe de desenvolvimento, o AN assume um papel passivo. Colocado apenas como uma ponte, não é de se estranhar que muitos questionem sua utilidade. E por isso que muitas empresas optam por


–Solução encontrada: o cliente ou usuário senta-se ao lado dos desenvolvedores.



“Muitas vezes o problema não está na distância (física) entre usuários e desenvolvedores, mas sim na comunicação.”




Em muitos projetos, particularmente naqueles que lidam com processos estratégicos ou grandes mudanças, um AN pró-ativo pode agregar considerável valor. Um AN pró-ativo caracteriza-se por:
- Não se limitar aos requisitos coletados junto aos clientes. Ele pesquisa alternativas, tanto na organização quanto em seus concorrentes ou similares;
- Avaliar e questionar requisitos e processos de negócio, sempre de uma forma construtiva;
- Antecipar riscos e mudanças;
- Ter grande capacidade de negociação.


“Mas nem sempre um cliente precisa ou aceita a atuação de um palpiteiro. Um

bom AN pró-ativo é sensível a isso. E tem bom senso.”




Habilidades


Nos acostumamos a dividir as habilidades em dois grandes grupos:

– Habilidades Técnicas.
– Habilidades Sociais ou “habilidades pessoais e inter-pessoais”.




Habilidades Técnicas



As informações abaixo sumariza as principais disciplinas e técnicas que o AN deve dominar. Há uma breve descrição de cada uma delas.

•Modelagem: Capacidade de transcrever para uma linguagem visual a descrição de um problema ou solução. Apesar da capacidade de abstração ser uma habilidade soft, o domínio de linguagens de modelagem é uma habilidade técnica.

•Modelagem de Negócios : Habilidade de transcrever em diversas visões e diagramas o modelo do negócio.

•Modelagem de Processos de Negócio: Derivada da habilidade acima, trata especificamente da transcrição de processos de negócio para a forma de modelos visuais. O AN deve dominar ao menos uma linguagens de modelagem.

•Técnicas de Entrevistas e Pesquisas :Domínio de técnicas para a realização ou facilitação de entrevistas com as organizações e similares.




Habilidades Sociais



De transferência mais difícil, são aquelas habilidades que muitos chamam de 'dons'. Muitas pessoas nascem com elas ou têm facilidade para desenvolvê-las. Mesmo assim, boa parte delas pode ser adquirida através de treinamentos e prática


•Observar, Ouvir e Entender:Como se diz no popular, “temos dois ouvidos e apenas uma boca”. Também temos dois olhos.
Boa parte do trabalho de um AN depende de sua capacidade de observação e da sua atenção.

•Comunicar: Como o AN é uma “liga” entre as organizações, é fundamental que ele se comunique muito bem, em todas as formas e meios. Faz parte da comunicação sua capacidade de adequar o vocabulário utilizado de acordo com o perfil do seu público-alvo.

•Pensar Sistemicamente : É a tal “Quinta Disciplina”5, que consiste em:
- ver inter-relacionamentos, em vez de cadeias lineares de causa-efeito;

- ver os processos de mudança, em vez de simples fotos instantâneas.


•Negociar e Vender: No meio do caminho, não serão poucas as vezes em que o AN terá que vender para um grupo de clientes ou organizações as idéias e sugestões de outro grupo. Isso quando não estiver negociando suas próprias idéias.

•Criticar e Criar: Um AN sem visão ou espírito crítico é quase um garoto de recados. Ele deve saber criticar requisitos ou processos de negócio, sempre de forma construtiva. Daí o “criar” colocado ao lado do “criticar”.

•Modelar e Organizar : O AN deve conseguir traduzir em diversas formas as informações que ele coleta. E de organizá-las. Afinal, na maioria das vezes, ele receberá conjuntos difusos e confusos de dados e informações. Se não agregar nenhum valor, ele simplesmente estará repassando a bagunça.

Saber trabalhar em equipe; saber lidar com a diversidade cultural que enfrentará; auto-gerenciar seu trabalho; dentre outras





O BABoK, ainda incompleto no momento em que este texto era escrito, apresenta uma extensa lista de habilidades do AN

•Habilidades Básicas :
- Habilidades de Análise
- Técnicas de Análise Estruturada (?)
- Gerenciamento de Problemas
- Habilidades de Comunicação
- Habilidades de Aprendizagem
- Usabilidade

• Conhecimento do Domínio / Negócio :
–Produtos
–Processo
–Mercados
–Sistemas

• Conhecimento de TI
–Metodologias




•Habilidades Avançadas
- Gerenciamento de Reuniões
- Habilidades para Apresentações
- Habilidades para Tomada de Decisões
- Facilitação
- Comunicação
- Resolução de Conflitos
- Negociação
- Relacionamentos
- Questionamento / Entrevistas
- Pensamento Sistêmico
- Lógica
- Amplitude Cultural


Habilidades de Liderança
- Arquitetura de TI


Habilidades Periféricas
- Vendas




Se o AN é dotado de todas as habilidades e conhecimentos apresentados no capítulo anterior, onde, como e quando ele pode ser melhor aproveitado pela organização?

Outra questão que tentaremos responder é: quem gerencia o trabalho do AN?





O diagrama ilustrado ao topo mostra um modelo para formação de uma equipe de projeto de desenvolvimento. Ele mostra a posição do AN em relação aos demais membros da equipe. Desta forma indicamos que o relacionamento com todas as organizações é responsabilidade do gerente do projeto, do arquiteto e do AN (Negócio). O que não significa, obviamente, que o restante da equipe nem conhece a cara do freguês.


O diagrama também ilustra que o AN está no mesmo nível de todos os demais membros da equipe de construção. Responde, como os demais, para um gerente e para o arquiteto. Trata-se de uma proposta que valoriza a especialização.


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